segunda-feira, 30 de março de 2009

Dislexia: um talento especial

Aproveitando as palavras de muitos pais que aqui focaram a importância de motivar os filhos, elogiando-os naquilo em que são bons e proporcionando-lhes actividades que os motivem, reforço aqui que, mediante os estudos de vários autores, os alunos com dislexia desenvolvem frequentemente “talentos” e que estes podem também ser utilizados para promover a auto-confiança que é “abalada” pelas dificuldades que, por vezes, enfrentam no seu dia-a-dia académico.

Aqui deixo um resumo de algumas destas teorias:

A dislexia não impede o sucesso profissional, existindo uma alta percentagem de indivíduos com esta problemática entre os grandes artistas, cientistas....
Muitos especialistas acreditam que as pessoas com dislexia, por serem forçadas a pensar de forma diferente, são mais habilidosas e criativas e têm ideias inovadoras que superam as de pessoas sem dislexia. Segundo alguns estudiosos da dislexia (Ronald D. Davis), a função mental que causa a dislexia é um dom, e embora nem todos os disléxicos desenvolvam os mesmos dons, têm certas funções mentais comuns:
1. Podem usar a capacidade cerebral para alterar e criar percepções;
2. São muito conscientes do ambiente que os rodeia;
3. São mais curiosos do que a média;
4. Pensam sobretudo em imagens, mais do que palavras;
5. Pensam e percepcionam em multi-dimensões (com todos os sentidos);
6. Podem experienciar o pensamento com realidade;
7. Têm imaginações vividas;

O talento da dislexia está ligado ao pensamento não verbal, este ocorre tão rapidamente que muitas vezes escapa ao consciente individual. Ou seja sabe a resposta sem saber explicar. Por outro lado é um pensamento multi-dimensional, é experienciado como realidade, uma vez que usa todos os sentidos. Este tipo de pensamento aliado à sua curiosidade natural, leva à criatividade, uma vez que conseguem conceber e visualizar tridimensionalmente coisas que não existem. Para além disso, podem evidenciar capacidade acima da média em áreas como desenho, pintura, música, teatro, desporto, etc.;

Penso que seria importante partilhar se reconhecem no vosso educando aptidão para alguma área em particular, de forma a que todos possamos discutir de que forma poderá ser utilizada para elevar a sua auto-estima e melhorar a sua aprendizagem (por exemplo, muitos especialistas recomendam que os pais incentivem os filhos a participar em actividades não académicas em que estes se sintam competentes)

Cumprimentos,
Carla

quarta-feira, 25 de março de 2009

Decreto-Lei 3/2008

Boa noite a todos, sou a Estrela,


Venho lhes contar o que aconteceu ao meu filho ,portador de disléxia auditiva, comprovada por relatórios médicos, com a revogação do Decreto-Lei 319/91 de 23 de Agosto o qual o abragia-o e certamente diz respeito a muitas muitas crianças com o mesmo diagnóstico (serão cerca de cinco mil alunos disléxicos).

Com o D.L. 319 os alunos disléxicos tinham apoio nas escolas (embora não fosse com professoras especializadas no assunto porque não existe em Portugal especialização em disléxia) mas pequeno ou grande era um apoio, mais tempo nos pontos, pontos espec ificos (feitos para os alunos disléxicos) júri especial nos exames nacionais para avaliá-los.

Com a entrada em vigor do novo Decreto-Lei 3/2008 de 7 de Janeiro, entrada em vigor só em Setembro de 2008, os alunos disléxicos passam a ser avaliados exactamente como os outros alunos sem dificuldades de apren dizagem o que é duma extrema injustiça.

Pois o nosso querido Ministério da Educação passa a avaliar os alunos alvo de educação especial de acordo com uma avaliação feita em referência à Classificação Internacional da Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) da Organização Mundial de Saúde.

Isto trocado pelo meu português, e queria que alguém me confirmasse mas tenho a certeza a 99%, é que a disléxia não é considerada de carácter permanente!!!!

Pois aconteceu que após uma visita de uma certa Senhora Doutora da Direcção Regional de Educação do Algarve á escola do meu filho decidiu que os alunos (cerca de 20) disléxicos não eram considerados com necessidades educativas especiais , por outras palavras já não "pertenciam " ao D.L. 3/2008, ficavam então com as pernas partidas!

Após lutas e mais lutas e mais batalhas acho que ganhei a guerra. A Direcção Regional de Educação esclarec emos que "o D.L. 3/2008 não exclui os alunos com disléxia, podendo cada aluno ser submetido aos procedimentos de referenciação e avaliação previstos nos artº 5º e 6º, processo este da responsbilidade da Escola" o que sign ifica os alunos e os pais serem condiderados uma bola de ping-pong,
Explica-me :
se os pais batalharem pelos seus filhos , estes últimos serão novamente avaliados com o D.L. 3/2008 se não fizerem nada os seus filhos serão avaliados como os outros miúdos sem dificuldades de aprendizagem.. A direcção Regional de Educação retira , em seguida se os pais de manifestarem -se empurra para a Escola (ping-pong).

No meu caso , batalhei tanto , tanto, tanto que consegui obter da parte do Ministério da Educação um júri especial só para avaliar o meu filho nos exames nacionais de 2009 e assim integrá-lo no D.L.3/2008. Os outros míúdos da escola cujo pais nada fizeram serão avaliados como alunos sem dificuldades.

O nosso querido Ministério da Educação decidiu poupar umas patacas e então utiliza a CIF para o efeito descriminando os disléxicos. Bravo nossa querida Ministra!!!

sexta-feira, 20 de março de 2009

Reacções face ao diagnóstico

Como as intervenções evidenciaram, os pais de alunos com dislexia sentem-se, de uma forma geral, desapoiados. A dislexia consiste, de facto, num desafio adicional à tarefa de educar. Para além dos testemunhos aqui apresentados, também a investigação comprova que este não é apenas um problema do aluno mas que se estende às suas famílias e que estas experienciam mais preocupações, stress e tensão em consequência dos obstáculos que enfrentam no estímulo do desenvolvimento e educação dos filhos.

Assim, é comum, nos momentos iniciais, sobretudo na fase de diagnóstico da dislexia, os pais apontarem sentimentos de:
- isolamento e auto-culpabilização/ atitudes negativas perante a aceitação do problema;
- desorientação perante a ausência de percepção do que podem fazer para ajudar o filho e outras dificuldades derivadas da falta de informação precisa;
- fadiga face à escassez de apoio e acompanhamento e às exigências financeiras implicadas no tratamento;
-preocupação face ao futuro dos filhos;
- (...)



Estes são alguns dos sentimentos mais comuns na fase de diagnóstico, no entanto nem todas as famílias a vivem de forma idêntica. Assim, gostaria que todos partilhassem a sua experiência relativamente a esta fase:
- Como foi o primeiro momento de confronto com a problemática?
- Em que medida experenciaram estes sentimentos?
- No caso dos vossos filhos, o processo de diagnóstico foi demorado?
- O que poderia ter sido diferente? Que vantagens pensam que traria se tivessem sido diagnosticados mais cedo e que sentimentos experimentaram durante o período em que não sabiam o que se passava com o vosso filho?
- Foi fácil encontrar o aconselhamento e apoio necessários?
- O processo de diagnóstico foi importante na mudança ou construção de estratégias?
- A escola teve um papel importante no encaminhamento do aluno?
- O que aconselhariam aos pais que estão neste momento a viver esta fase?

Agradecimentos

Agradeço desde já todas as participações e aproveito para expressar o meu entusiasmo, que vejo também reflectido nos vossos comentários, ao verificar que em tão poucos dias de blogue temos já tantas contribuições e todas tão preciosas... tão preciosas por estarem tão próximas das nossas realidades e por demonstrarem um verdadeiro empenho na luta por um futuro melhor.


É de facto importante reforçar esta partilha por ser tão útil para todos nós - FORMAMOS UMA EXCELENTE COMUNIDADE!
Desejo a continuação de boas partilhas entre todos,
Carla.

segunda-feira, 16 de março de 2009

apoio especializado

A minha filha não tem acompanhamento de professora de apoio especializado. Já meti os papéis no iníco deste ano e até agora não tenho notícias nenhumas. Entreguei o relatório do médico à professora e ela entregou ao agrupamento. Alguém já passou pelo mesmo? O que posso fazer para o processo ser mais rápido e a minha filha ter o apoio que precisa o mais rapidamente possível?

Obrigada,
Luísa

quarta-feira, 11 de março de 2009

Apresentações

O meu nome é Carla Maia, sou professora de português e inglês e, como sabem, estou a desenvolver um estudo sobre as TIC e a Dislexia. No primeiro ano em que dei aulas, tinha 22 anos e nunca tinha ouvido falar em dislexia. Nesse ano tive um aluno com muitas dificuldades semelhantes às de um quadro de dislexia, contudo, pelas circunstâncias, inexperiência e falta de conhecimento, não soube como ajudá-lo...

Felizmente, o panorama hoje é já bem diferente e espero que nós, que estamos aqui a debater o assunto, possamos contribuir para um futuro ainda melhor!

Assim, para que esta família que agora se está a formar se conheça melhor, sugiro que se apresentem também (por ex.: nome, idade do filho, ano de escolaridade, a partir de que momento se começaram a aperceber das dificuldades e o que mudou a partir daí na rotina familiar... e outras informações que queiram partilhar).