sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Exames Nacionais 9º ano

Olá a todos!

Antes de mais desejo um óptimo 2010!

Temos uma mãe cujo filho com dislexia frequenta o 9º ano e que, como tal, irá realizar em Junho os exames nacionais.
O problema é que apesar da continua insistência dos pais junto dos professores no sentido de verificarem se não existiria algum problema, apenas no 8º ano lhe foi diagnosticada dislexia por um profissional externo à escola. Agora na escola, quando os pais procuraram saber que medidas poderiam ser tomadas para que não fosse prejudicado nos exames nacionais, foram informados que de acordo com a legislação (despacho normativo nº 10/2009, ponto 18.3), os alunos só podem ser referenciados, de modo a não serem penalizados nos exames nacionais, se a dislexia for diagnosticada e confirmada até final do 2º ciclo do ensino básico (6º ano).
Assim, peço a colaboração de todos os que tenham informações ou opiniões que possam ser úteis a estes pais de forma a que eles possam encontrar alternativas para tentar que o seu filho tenha o devido apoio e seja avaliado com justiça.

Aqui fica o link para o referido despacho:
http://www.min-edu.pt/np3content/?newsId=3266&fileName=despacho_normativo_10_2009.pdf

Obrigada!

domingo, 1 de novembro de 2009

Dislexia Postural/ Lentes prismáticas

Repasso a informação que me chegou sobre um tema que já foi aqui debatido e que suscitou muitas dúvidas: a dislexia postural/ lentes prismáticas...

A pertinência da prescrição de lentes prismáticas e de, entre outros, exercícios de psicomotrocidade têm sido alvo de acesos debates. Aqui deixo um excerto sobre o assunto:

"Os resultados da investigação têm estabelecido uma relação entre consciência fonológica e aprendizagem da leitura e não sustentam qualquer relação de interdependência entre os processos cognitivos implicados nesta aprendizagem com a visão ou com o desenvolvimento psicomotor. As dificuldades leitoras não se curam com lentes prismáticas, com leitoris, com exercícios de psicomotricidade ou de lateralidade. " (comentário do Presidente da "Associação Portuguesa de Neuropediatria", Dr. Luís Borges, no livro " Abecedário e Silabário")

Para quem necessitar de mais informação, pode procurar na Internet "Dyslexia Controversial Therapies" ou artigos publicados pela Academia Americana de Pediatria, Academia Americana de Oftalmologia que discutem o assunto. Aqui ficam os links:

http://chmed.com/upload/RE9825.PDF
http://pierremarie.gagey.perso.sfr.fr/SDPCritique-a.htm


Melhores cumprimentos,
Carla.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Dislexia na TVI

Para quem não teve oportunidade de ver o programa "As tardes da Júlia" dedicado à dislexia, aqui ficam alguns excertos:







Não tinha podido ver e gostei muito! Obrigada ao Portista que fez os uploads do programa e que não pára nunca de lutar!

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

DISLEXIA NA TVI. Tardes da Júlia

Dia 18 de Setembro (sexta-feira), no programa As tardes da Júlia o tema será a dislexia.No momento, a direcção está à procura de jovens com dislexia que estejam interessados em participar.Foi-nos solicitada ajuda para encontrar jovens dislexicos de várias idades (1 do ensino secundário, 1 do ensino superior e 1 já licenciado). Se alguém estiver interessado ou conheçam alguém que possa estar, por favor, indiquem com a maior brevidade possível par o E-mail direito.dislexia@gmail.com

Agradecemos o empenho de todos, não tenham receio de descrever as vossas vicissitudes como dislexicos neste mundo muitas vezes ingrato.
Estrela.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Boa noite a todos, sou a Estrela,


Estamos muitos contentes com a vinda dos novos participantes! Ficamos felizes que o programa de TV tenha dado oportunidade de trazer tantos participantes novos e que agora sejamos mais para nos ajudarmos uns aos outros, partilhando opiniões e o que fazemos para conseguir o melhor para os nossos filhos e para eles terem o apoio necessário a que têm direito.

Como a maior parte das dúvidas colocadas foram sobre o apoio na escola e fora da escola, queríamos deixar aqui esta nova mensagem para comentários de todos, para nos ajudarmos e trocarmos mais ideias sobre este assunto que tanto nos preocupa. Aliás este tema já foi bastante discutido aqui, e por isso queria sublinhar que SIM, os alunos com dislexia têm direito a apoio na escola embora com a nova lei algumas escolas dêm a informação errada de que não têm direito. A nova lei não exclui os alunos com dislexia, por isso, assim que começar o ano os pais podem e devem pedir logo para que o filho seja avaliado para ter apoio. Quanto mais cedo melhor! Pelo que sei, o que tem acontecido em algumas escola é que como há cada vez menos professores a dar apoio especial, eles não conseguem atender a todos os alunos e por isso dão prioridade a casos mais graves como a multi deficiencia.

Em relação ao apoio fora da escola também temos direito a ter apoio da segurança social (mas penso que isto depende dos rendimentos do agregado familiar), por isso, é sempre mais uma ajuda. Há vários textos aqui no blogue que explicam como pedir esse apoio. Deixo aqui o link http://omeufilhotemdislexia.blogspot.com/search/label/Apoio%20subsidiado . Parece complicado mas vale a pena! Se tiverem dúvidas ou experiências diferentes, não hesitem em dizer, quanto mais informação tivermos todos, mais podemos fazer pelos nossos filhos!

Queria também agradecer ao participante Portista que conseguiu que fossemos à tvi e à aluna que participou no programa pela sua coragem e vontade de ajudar os outros e a todos os que cá têm vindo e que espero que continuem a vir e a tentar dar e receber informações e opiniões que tenham ou precisem!

Estrela

sexta-feira, 29 de maio de 2009

ALUNOS SEM APOIO

Boa noite a todos, sou a Estrela,

Venho informar todos os participantes deste blogue que acabei de enviar um e-mail parecido com o que fizemos para alguns Partidos Politicos e dois partidos já responderam que nos poderiam ajudar se lhes dissesse ao certo quantas crianças estão sem apoio especial e de que escola (os nomes dos Pais e das crianças não serão revelados) apenas o número de crianças e as respectivas escolas.

Por favor quem estiver sem apoio a que tem direito diga a escola a que pertence.
Não quero dados pessoais nenhuns.

Obrigada, todos juntos vamos conseguir a que os nossos filhos tenham um melhor apoio e um melhor futuro.
Estrela.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Dislexia no JN

Para quem não teve oportunidade de ler o Jornal de Notícias de hoje, aqui vai uma pequena grande vitória:


Como a digitalização não ficou muito bem, aqui fica o link do JN onde se encontra a notícia:
http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=1237768

Este é o primeiro pequeno, mas significativo, produto da reunião de esforços que culminou no envio de E-mails para alguns meios de comunicação social. A divulgação da dislexia é, na minha opinião, uma das mais importantes estratégias/ formas de luta para a construção de um futuro melhor!

Parabéns a todos!

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Prémio "Amor por Educar"



O nosso muito obrigada à Carmo do JI de Estrada-sala 3 por esta agradável prenda que é mais um incentivo a continuar e a melhorar a cada dia!

Como as regras desta vez são bastante simples, aqui vai a indicação de 5 blogues amigos que merecem a admiração de todos para o receberem também (deixando em cada um um comentário):

http://projectocresceraprender.blogspot.com/

http://actividadesautistas.blogspot.com/

http://aeahespecial.blogspot.com/

http://uaamredonda.blogspot.com/

http://www.paralisia-cerebral.blogspot.com/

Relação família-escola

Família e escola têm um objectivo comum: estabelecer as melhores condições para favorecer o desenvolvimento integral das crianças e dos jovens. Este objectivo requer naturalmente a comunicação e cooperação entre estes contextos Contudo, infelizmente esta situação nem sempre se verifica ora por dificuldades de comunicação entre a família e a escola, ora por falta de preparação e formação quer dos professores quer das famílias.


Aqui ficam algumas questões sobre este tema tão decisivo para o sucesso escolar:

- A relação que estabelecem com a escola é tão próxima quanto pretendiam?

- O que poderia ser feito para alterar a relação com a escola, facilitar a comunicação com os professores e maximizar o apoio e entreajuda?

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Projecto “Pais e Amigos de Estrelas de Luz”

Como muitos pais infortunadamente sabem, o acesso a informação e /ou apoios quando se deparam com um diagnóstico de dislexia ou transtorno do deficit de atenção e hiperactividade (TDAH) é extremamente difícil e desanimador.

Com o intuito de apoiar as famílias e combater estas dificuldades surgiu recentemente o Projecto “Pais e Amigos de Estrelas de Luz”. Trata-se de um grupo de Pais e Amigos de crianças com dislexia e TDAH que tem como alguns dos seus principais objectivos:

- Divulgar o tema da dislexia e TDAH e o seu diagnóstico sobretudo junto das escolas e centros de apoio ao estudo em Portugal, das várias associações de pais e de entidades que de alguma forma possam contribuir para a melhoria das condições de aprendizagem e desenvolvimento das várias “Estrelas de Luz” deste país;

- Apoiar as várias famílias que se vêem confrontadas com o diagnóstico de dislexia e TDAH, pela 1ª vez, através da divulgação dos diferentes métodos de apoio existentes e com resultados devidamente comprovados, através da intervenção junto de entidades privadas e ou públicas, que de alguma forma tenham capacidade de intervenção na regulamentação, divulgação, definição de normas e apoios e ou metodologias, que digam respeito à dislexia e TDAH.

Mais informações em:

http://paisempenhados.blogspot.com/

http://sites.google.com/site/paisempenhados/

Para que cada vez mais famílias encontrem o necessário apoio é importante que iniciativas como esta cresçam e que todos juntos nos possamos entre ajudar e contribuir para um futuro de sucesso para todas as crianças!

domingo, 3 de maio de 2009

Consequências sociais da dislexia

Muitas vezes, a concentração de pais e professores na resolução das dificuldades académicas impede a percepção de outros problemas igualmente importantes. Ainda que o impacto das dificuldades de aprendizagem varie de criança para criança e nem todas as crianças ou adolescentes com dificuldades de aprendizagem atravessem dificuldades sociais, a investigação demonstra que um número significativo não apresenta a vivência social que desejaríamos (são recorrentes, entre outros, a solidão, impopularidade, desintegração da turma, baixa auto-estima).

Em algum momento notaram que a dislexia afectou a vivência social dos vossos filhos? De que forma/s?
Tomaram alguma medida para remediar a situação?

O que deveria ser feito para evitar ou resolver estas situações?
Sentem ou sentiram em algum momento que os vossos filhos são discriminados pelos colegas ou professores na escola?

quinta-feira, 30 de abril de 2009

dislexia - bipolaridade e síndrome de asperger

Passo a seguinte mensagem do Manuel Telles:

Gostaria de debater a seguinte questão :
Há algumas crianças que são diagnosticadas com dislexia com deficit de atenção e hiperactividade , mas por vezes com o passar do tempo esses diignóticos derivam em bipolaridade e síndrome de asperger.
Têm sido feitos testes que comprovam estas derivantes.
Gostaria de saber se algum pai ou mãe se encontra nesta situação?

terça-feira, 28 de abril de 2009

Apoio subsidiado

O que é necessário fazer para pedir o subsídio da Segurança Social para que os seus educandos possam usufruir de Terapia da Fala?

Este subsídio funciona como os subsídios que existem nas escolas (subsídio de almoço, SASE, etc.), ou seja, há dois escalões: o escalão A (em que segurança social paga a totalidade do valor estabelecido pelo Terapeuta da Fala) e o escalão B (em que a segurança social paga metade do valor estabelecido pelo Terapeuta da Fala). As crianças que não usufruem de nenhum destes escalões não têm direito a nenhum pagamento por parte da Segurança Social.

O processo de pedido deste subsídio tem inicio na escola, nomeadamente junto do/a professor/a de ensino especial que acompanham o/a aluno/a. Estes professores sinalizam o/a aluno/a para uma avaliação em Terapia da Fala (a escola pode já funcionar em parceria com a saúde escolar e, neste caso, indica o técnico para fazer a avaliação e o acompanhamento, ou então também se pode dar o caso de existirem cercis/associações que têm parcerias com as escolas e que fazem a avaliação da criança; no caso de não se verificar nenhuma destas situações podem recorrer a qualquer terapeuta da fala externo à escola).
De seguida, os pais dirigirem-se a um Terapeuta da Fala e dizem que foram encaminhados por um professor de ensino especial justificando com as razões que lhes foram apresentadas a eles.

A escola é a responsável pelo encaminhamento de todo o processo para a segurança social portanto esse Terapeuta externo pode ir à escola que a criança frequenta, falar com o professor do ensino especial que acompanha a mesma, e expor a situação de querer pedir o subsídio, mas sempre duma forma particular e não agregada à clínica onde trabalha.

Após ser feita a avaliação em Terapia da Fala, é feito um relatório e preenchido um documento com a descrição do diagnóstico e a respectiva justificação para que a criança possa usufruir de Terapia da Fala. Este documento está na posse ou do Terapeuta da Fala ou do professor/a do ensino especial e tem de ser assinado por ambos, juntamente com o professor do ensino regular.

Posteriormente é a escola que envia este documento para a Direcção Geral de Educação da zona de residência, e esta por sua vez envia para a Segurança Social para ser aprovado.

Normalmente este subsídio é pedido no mesmo nome em que foi pedido o abono e família e é necessário que essa pessoa já desconte para a segurança social há mais de 6 meses, ou que receba o subsídio de desemprego.

Quando a Segurança Social aprova o caso, envia para casa dos encarregados de educação uma carta que pede fotocópias de alguns documentos comprovativos do IRS e despesas, assim como também da identificação da criança. Após reunir todos estes documentos, juntamente com outros que cabe ao Terapeuta da Fala fazer (custo e frequência das sessões), os pais têm de os ir entregar na segurança social. A partir desse momento fica a cargo do Terapeuta da Fala decidir se inicia de imediato o apoio ou se vai ligando para a Segurança Social para que esta lhe dê a informação de quando pode começar e quanto vai receber. Existem Terapeutas da Fala a trabalhar das duas formas.

Este pedido tem de ser renovado todos os anos lectivos.

No caso de não estar em situação escolar, é possível fazer Terapia da Fala através da médica de família, ou seja, pedir-lhe uma credencial que tem a validade de 15 dias e depois renová-la até serem obtidos os resultados pretendidos, no entanto pagam-se as taxas moderadoras / os pais da criança com necessidade de frequentar sessões de Terapia da Fala podem também dirigir-se pessoalmente à repartição da segurança social - necessidades educativas especiais, e pedir o modelo 50020, no entanto o processo de aprovação para o subsídio continua a passar pela escola, Direcção Regional de Educação da zona de residência e segurança social.
Existe também um número que a segurança social tem agora e que é o 808 266 266 (carregue na tecla 1 duas vezes - referente aos subsídios) para expor dúvidas relativamente a este assunto.

Esta informação foi-nos gentilmente cedida pelo Projecto Crescer & Aprender (o texto integral pode ser acedido em http://projectocresceraprender.blogspot.com/2009/04/o-subsidio-da-seguranca-social-e.html). Também existem mais informações fornecidas por pais com experiência neste campo na etiqueta deste blogue “apoio especializado”.
Aqui fica um espaço para partilha de dúvidas e experiências acerca deste tema.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

divulgação da disléxia

Boa noite a todos, sou a Estrela,

Aproveitando a ideia sugerida neste trabalho em" Divulgação da disléxia", venho propôr a todos os participantes e interessados sugestões de programas TV para podermos mandar emails solicitando um debate (pequeno ou grande) sobre disléxia .
Os participantes seriam psicólogo, terapeuta da fala, presidente de associação, membro do Governo e pais de crianças disléxicas.
Programas e ideias de escrita do email, eu ficaria encarregada de enviar.
Pensei em programas da manhã e da tarde, evidentemente o ideal seria Prós e Contras, mas temos que guardar a esperança de talvez ser aceite.
Um dos assuntos importante seria o Decreto-Lei 3/2008 no qual deveria existir uma alínea referente à disléxia para que todas as crianças disléxicas graves ou não , fossem inseridas no ensino especial.
Sobretudo que nos exames nacionais tivessem um júri adequado para as avaliarem correctamente.
Paula Campos e Marta conte com a vosso colaboração e de todos vós.
Obrigada.
Estrela.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Aplicações informáticas

Olá a todos,

Como o computador é sempre uma motivação para os mais pequenos e como combina o texto com áudio e imagem o que pode ajudar bastante no caso particular da dislexia, partilho aqui alguma informação que o Manuel Telles me cedeu acerca de programas que podem ser bons para as nossas crianças.

Em www.imagina.pt há aplicações com matérias dos diferentes anos lectivos, que embora não tenham sido criadas para crianças com dislexia, adaptam-se bem. Tem programas de matemática e leitura de histórias.

Em www.ataraxia.pt podem encontrar programas que ajudam a aceder à Internet via áudio e à leitura de livros de maior dimensão. Aqui também podemos encontrar para além de um programa que transforma os textos em som, ampliadores de quadros que se ligam ao computador e lupas.

Na www.electrosertec.pt há máquinas de calcular com som e livros áudio. Estes vendem também o aparelho de sistema daisy, que permite a qualquer criança dirigir-se a uma biblioteca municipal e requerer livros áudio.

Também neste momento com a revista SÁBADO estão a vender um cd muito bom - COLECÇÃO APRENDER - são jogos didácticos do 1º ao 4º ano por mais um euro com a revista. É adaptável ao MAGALHÃES e a revista sai à quinta-feira.

No Pingo Doce estiveram à venda uns livros áudio fantásticos com histórias para crianças (não sei se ainda estão).

Não tenho muitos conhecimentos acerca de programas específicos para dislexia, mas penso que qualquer aplicação informática que favoreça a leitura apelando aos vários sentidos ajudará.

Gostaria que deixassem as vossas sugestões de jogos ou outras aplicações informáticas que já tenham experimentado ou conheçam e achem que são úteis.

Cumprimentos a todos,
Carla

sábado, 18 de abril de 2009

Inicio este meu post com o necessário pedido de desculpas por só agora me apresentar. Sou a MJC e sou professora de Inglês e Alemão do 3º ciclo e secundário. A minha filha tem 10 anos (quase 11) de idade e frequenta o 5º ano de escolaridade numa escola pública.
Comecei a ficar alerta no início do 2º ano de escolaridade, quando a minha filha começou a escrever mais e os erros ortográficos começaram a ser muito frequentes, associados à troca de letras (p/b/t/q) e inversão da ordem das letras nas sílaba, bem como o "desaparecimento" puro e simples de certas letras ou sílabas na frase. A minha filha tinha um vocabulário bastante rico na oralidade, mas começou a revelar dificuldades na leitura, nomeadamente de palavras mais compridas, que ,na oralidade, utilizava com facilidade. Lia muito devagar e isso começou a notar-se a partir do momento em que começaram a surgir textos um pouco mais longos.
Comecei a procurar informação acerca de problemas de aprendizagem no 1º ciclo e, como já tinha ouvido falar de dislexia, iniciei pesquisas sobre o tema para tentar verificar se os "sinais" ou "sintomas" condiziam com o que observava na minha filha.
Em simultâneo fui falar com a professora dela e falei-lhe das minhas dúvidas ou desconfianças (como lhes queiram chamar). Sei que sou professora, mas entendo muito pouco de pedagogia ou didáctica de primeiro ciclo. Convenci-me que uma professora de primeiro ciclo, já com experiência de ensino, saberia melhor se o que eu notava na minha filha era "natural" num início de aprendizagem da língua ou não.
A professora foi peremptória: nada se passava digno de nota com a minha filha; era natural ela dar erros e trocar certas sílabas por estar ainda no início do segundo ano. O que ela tinha era um pouco de imaturidade e era um pouco distraída, mas isso ia passar com o tempo e com a continuação de frequência da escola e habituação à mesma.
Como eu continuasse a manifestar as minhas dúvidas e receio que fosse, de facto, algo mais - acrescentei a medo "quem sabe, dislexia ..." - a professora assegurou-me que não se tratava de tal coisa. Ela estava habituada a exercer como professora de ensino especial e tinha, inclusive, acompanhado crianças com dislexia no ano lectivo anterior, na qualidade de professora de ensino especial. Tinha a certeza que a minha filha não tinha esse problema!
Era certamente a minha deformação profissional a fazer-me ter "bichinhos" na cabeça, pensei eu. Mal! Muito mal, descobri mais tarde!
As coisas agravaram-se, à medida que os conteúdos foram ficando mais complexos e os textos mais longos ... Comecei a desconfiar do diagnóstico da dita professora e decidi tirar as coisas a limpo.
Falei com o pediatra da minha filha que me indicou uma pedopsiquiatra. Contactei a pedopsiquiatra, ela consultou a miúda, diagnosticou Q.I. acima da média e normalidade emocional ... mas encaminhou-me para uma colaboradora sua que era especializada em problemas de aprendizagem.
Três sessões depois fiquei com a certeza (que pouco feliz me deixou) que afinal eu estava certa desde o início: a minha filha tinha problemas de lateralidade e dislexia (mais ou menos isto, mas em termos mais técnicos).
Entretanto, comecei a falar com colegas minhas do ensino especial lá na minha escola e uma delas falou-me duma especialista que era doutorada na coisa ... :-(. Pedi o contacto e fui consultá-la com a minha filha.
A Professora Doutora Helena Serra confirmou o diagnóstico feito pela outra especialista. Adorei a sua simplicidade, a eficácia com que realizou o diagnóstico e a clareza com que me explicou o que se passava com a minha filha e que caminhos seguir para a ajudar.
Mais tranquila, mas com um nó no peito, decidi seguir em frente, agora com a certeza absoluta do que se passava com a minha filha. Tenho "esgravatado" muito e enfrentado muita falta de compreensão, mas a luta continua ... e vai continuar sempre, de cabeça erguida e com muito ânimo. Há algo que me custa imenso: sentir que não tenho o tempo suficiente para acompanhar a minha filha e que, neste país, há poucas ou nenhumas ajudas para os disléxicos.
Aqui fica a minha apresentação. Prometo mais pormenores se assim o desejarem ...

sexta-feira, 17 de abril de 2009

terça-feira, 14 de abril de 2009

Despistar sinais de disléxia

Boa noite a todos sou a Estrela,

É necessário, a meu haver, e deveria ser obrigatório pelo Ministério da Educação, podendo ser uma forma de combater o insucesso escolar, exames psicológicos a todas as crianças no prè-escolar(3-4 anos) para despistar sinais de disléxia ou de outra forma de perturbação de aprendizagem.
As crianças disléxicas ou com perturbação de aprendizagem são cidadãos de pleno direito, devem ser respeitados e não penalizados. Existe, a meu ver, uma grande falta de conhecimento sobre esta problemática a nível escolar e da sociedade em geral.
Eu sei que estes exames são uma utopia, mas seria um sonho para mim se transformassem em realidade, todos juntos podemos conseguir, as nossas crianças têm capacidade suficiente para conseguirem tudo o que querem e nós também.
Estrela

Pais, os principais “especialistas”

Cada pessoa é única e diferente e, como tal, não existem receitas universais e infalíveis para qualquer actividade que envolva o ser humano. Assim, não há na educação nem, consequentemente na dislexia, caminhos certos e adequados a todos. Sendo a família o elemento que melhor conhece a criança, os pais tornam-se muitas vezes importantes “especialistas” na identificação das estratégias e medidas que têm melhores resultados com os seus filhos.

Já aqui partilhamos algumas estratégias que podem ajudar a ultrapassar as dificuldades específicas da dislexia. Como iniciamos agora a semana de regresso ao trabalho e também à escola, propunha que cada um partilhasse os pequenos grandes “truques” que vai utilizando com os seus filhos (por exemplo, que tipo de leitura - silenciosa ou em voz alta – parece ser a mais adequada, que reforços/ elogios são os mais efectivos, etc.)

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Boa Páscoa

Votos de uma feliz Páscoa com muitas amendoas e harmonia!
Desejo que disfrutem deste momento em família e que a pausa ajude a "recarregar baterias" para um bom regresso ao trabalho!

Cumprimentos a todos,
Carla.

sábado, 4 de abril de 2009

Divulgação da dislexia

Boa noite a todos,

Aproveitando a visita da Gleice (na etiqueta "apoio especializado") deixo um vídeo que ela sugeriu para que todos possam visualizar mais facilmente.
É uma reportagem de um programa televisivo brasileiro.
Penso que é muito importante os meios de comunicação fazerem este tipo de divulgação pois ajuda a que a “dislexia” se torne mais familiar para o público em geral e, assim, contribuí para o aumento do conhecimento de todos acerca do assunto.




Antes de ser diagnosticada a dislexia nenhum pai tem muitos conhecimentos acerca do assunto, será que a escola e a comunicação social deveriam ter um papel mais activo na sua divulgação?
Consideram que se a dislexia tornasse um assunto mais divulgado, pais e professores estariam mais preparados para entender as dificuldades e activar o apoio necessário às suas necessidades específicas?

segunda-feira, 30 de março de 2009

Dislexia: um talento especial

Aproveitando as palavras de muitos pais que aqui focaram a importância de motivar os filhos, elogiando-os naquilo em que são bons e proporcionando-lhes actividades que os motivem, reforço aqui que, mediante os estudos de vários autores, os alunos com dislexia desenvolvem frequentemente “talentos” e que estes podem também ser utilizados para promover a auto-confiança que é “abalada” pelas dificuldades que, por vezes, enfrentam no seu dia-a-dia académico.

Aqui deixo um resumo de algumas destas teorias:

A dislexia não impede o sucesso profissional, existindo uma alta percentagem de indivíduos com esta problemática entre os grandes artistas, cientistas....
Muitos especialistas acreditam que as pessoas com dislexia, por serem forçadas a pensar de forma diferente, são mais habilidosas e criativas e têm ideias inovadoras que superam as de pessoas sem dislexia. Segundo alguns estudiosos da dislexia (Ronald D. Davis), a função mental que causa a dislexia é um dom, e embora nem todos os disléxicos desenvolvam os mesmos dons, têm certas funções mentais comuns:
1. Podem usar a capacidade cerebral para alterar e criar percepções;
2. São muito conscientes do ambiente que os rodeia;
3. São mais curiosos do que a média;
4. Pensam sobretudo em imagens, mais do que palavras;
5. Pensam e percepcionam em multi-dimensões (com todos os sentidos);
6. Podem experienciar o pensamento com realidade;
7. Têm imaginações vividas;

O talento da dislexia está ligado ao pensamento não verbal, este ocorre tão rapidamente que muitas vezes escapa ao consciente individual. Ou seja sabe a resposta sem saber explicar. Por outro lado é um pensamento multi-dimensional, é experienciado como realidade, uma vez que usa todos os sentidos. Este tipo de pensamento aliado à sua curiosidade natural, leva à criatividade, uma vez que conseguem conceber e visualizar tridimensionalmente coisas que não existem. Para além disso, podem evidenciar capacidade acima da média em áreas como desenho, pintura, música, teatro, desporto, etc.;

Penso que seria importante partilhar se reconhecem no vosso educando aptidão para alguma área em particular, de forma a que todos possamos discutir de que forma poderá ser utilizada para elevar a sua auto-estima e melhorar a sua aprendizagem (por exemplo, muitos especialistas recomendam que os pais incentivem os filhos a participar em actividades não académicas em que estes se sintam competentes)

Cumprimentos,
Carla

quarta-feira, 25 de março de 2009

Decreto-Lei 3/2008

Boa noite a todos, sou a Estrela,


Venho lhes contar o que aconteceu ao meu filho ,portador de disléxia auditiva, comprovada por relatórios médicos, com a revogação do Decreto-Lei 319/91 de 23 de Agosto o qual o abragia-o e certamente diz respeito a muitas muitas crianças com o mesmo diagnóstico (serão cerca de cinco mil alunos disléxicos).

Com o D.L. 319 os alunos disléxicos tinham apoio nas escolas (embora não fosse com professoras especializadas no assunto porque não existe em Portugal especialização em disléxia) mas pequeno ou grande era um apoio, mais tempo nos pontos, pontos espec ificos (feitos para os alunos disléxicos) júri especial nos exames nacionais para avaliá-los.

Com a entrada em vigor do novo Decreto-Lei 3/2008 de 7 de Janeiro, entrada em vigor só em Setembro de 2008, os alunos disléxicos passam a ser avaliados exactamente como os outros alunos sem dificuldades de apren dizagem o que é duma extrema injustiça.

Pois o nosso querido Ministério da Educação passa a avaliar os alunos alvo de educação especial de acordo com uma avaliação feita em referência à Classificação Internacional da Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) da Organização Mundial de Saúde.

Isto trocado pelo meu português, e queria que alguém me confirmasse mas tenho a certeza a 99%, é que a disléxia não é considerada de carácter permanente!!!!

Pois aconteceu que após uma visita de uma certa Senhora Doutora da Direcção Regional de Educação do Algarve á escola do meu filho decidiu que os alunos (cerca de 20) disléxicos não eram considerados com necessidades educativas especiais , por outras palavras já não "pertenciam " ao D.L. 3/2008, ficavam então com as pernas partidas!

Após lutas e mais lutas e mais batalhas acho que ganhei a guerra. A Direcção Regional de Educação esclarec emos que "o D.L. 3/2008 não exclui os alunos com disléxia, podendo cada aluno ser submetido aos procedimentos de referenciação e avaliação previstos nos artº 5º e 6º, processo este da responsbilidade da Escola" o que sign ifica os alunos e os pais serem condiderados uma bola de ping-pong,
Explica-me :
se os pais batalharem pelos seus filhos , estes últimos serão novamente avaliados com o D.L. 3/2008 se não fizerem nada os seus filhos serão avaliados como os outros miúdos sem dificuldades de aprendizagem.. A direcção Regional de Educação retira , em seguida se os pais de manifestarem -se empurra para a Escola (ping-pong).

No meu caso , batalhei tanto , tanto, tanto que consegui obter da parte do Ministério da Educação um júri especial só para avaliar o meu filho nos exames nacionais de 2009 e assim integrá-lo no D.L.3/2008. Os outros míúdos da escola cujo pais nada fizeram serão avaliados como alunos sem dificuldades.

O nosso querido Ministério da Educação decidiu poupar umas patacas e então utiliza a CIF para o efeito descriminando os disléxicos. Bravo nossa querida Ministra!!!

sexta-feira, 20 de março de 2009

Reacções face ao diagnóstico

Como as intervenções evidenciaram, os pais de alunos com dislexia sentem-se, de uma forma geral, desapoiados. A dislexia consiste, de facto, num desafio adicional à tarefa de educar. Para além dos testemunhos aqui apresentados, também a investigação comprova que este não é apenas um problema do aluno mas que se estende às suas famílias e que estas experienciam mais preocupações, stress e tensão em consequência dos obstáculos que enfrentam no estímulo do desenvolvimento e educação dos filhos.

Assim, é comum, nos momentos iniciais, sobretudo na fase de diagnóstico da dislexia, os pais apontarem sentimentos de:
- isolamento e auto-culpabilização/ atitudes negativas perante a aceitação do problema;
- desorientação perante a ausência de percepção do que podem fazer para ajudar o filho e outras dificuldades derivadas da falta de informação precisa;
- fadiga face à escassez de apoio e acompanhamento e às exigências financeiras implicadas no tratamento;
-preocupação face ao futuro dos filhos;
- (...)



Estes são alguns dos sentimentos mais comuns na fase de diagnóstico, no entanto nem todas as famílias a vivem de forma idêntica. Assim, gostaria que todos partilhassem a sua experiência relativamente a esta fase:
- Como foi o primeiro momento de confronto com a problemática?
- Em que medida experenciaram estes sentimentos?
- No caso dos vossos filhos, o processo de diagnóstico foi demorado?
- O que poderia ter sido diferente? Que vantagens pensam que traria se tivessem sido diagnosticados mais cedo e que sentimentos experimentaram durante o período em que não sabiam o que se passava com o vosso filho?
- Foi fácil encontrar o aconselhamento e apoio necessários?
- O processo de diagnóstico foi importante na mudança ou construção de estratégias?
- A escola teve um papel importante no encaminhamento do aluno?
- O que aconselhariam aos pais que estão neste momento a viver esta fase?

Agradecimentos

Agradeço desde já todas as participações e aproveito para expressar o meu entusiasmo, que vejo também reflectido nos vossos comentários, ao verificar que em tão poucos dias de blogue temos já tantas contribuições e todas tão preciosas... tão preciosas por estarem tão próximas das nossas realidades e por demonstrarem um verdadeiro empenho na luta por um futuro melhor.


É de facto importante reforçar esta partilha por ser tão útil para todos nós - FORMAMOS UMA EXCELENTE COMUNIDADE!
Desejo a continuação de boas partilhas entre todos,
Carla.