terça-feira, 14 de abril de 2009

Despistar sinais de disléxia

Boa noite a todos sou a Estrela,

É necessário, a meu haver, e deveria ser obrigatório pelo Ministério da Educação, podendo ser uma forma de combater o insucesso escolar, exames psicológicos a todas as crianças no prè-escolar(3-4 anos) para despistar sinais de disléxia ou de outra forma de perturbação de aprendizagem.
As crianças disléxicas ou com perturbação de aprendizagem são cidadãos de pleno direito, devem ser respeitados e não penalizados. Existe, a meu ver, uma grande falta de conhecimento sobre esta problemática a nível escolar e da sociedade em geral.
Eu sei que estes exames são uma utopia, mas seria um sonho para mim se transformassem em realidade, todos juntos podemos conseguir, as nossas crianças têm capacidade suficiente para conseguirem tudo o que querem e nós também.
Estrela

5 comentários:

  1. Olá!
    Antes de qualquer exame, penso que deveria ser obrigatório, pelo menos um ano de pré-primária, deveria existir um programa de preparação da criança ou até mesmo dividir o programa do 1ºano em dois. Acho uma violência o tempo tão restrito que dão ás crianças para interiorizar tanta matéria. E nem sequer existe um periodo de adaptação, a criança vem de um ambiente de liberdade, onde faz o que quer e se quiser..., e é obrigada a permanecer quieta no seu lugar, a fazer actividades que estão todas programadas e temporizadas porque os professores têm que dar o programa. Sim é obvio que para os disléxicos este é um, se não o maior dos problemas, mas é igualmente complicado para todas as crianças, a minha filha mais nova ( ñ tem dislexia) teve muita dificuldade de integração e principalmente para apanhar o ritmo, e é uma miuda que aprende e aplica o que aprende com facilidade. O programa do 1º ano é enorme, e é extremamente importante se não o mais importante, afinal é a base de tudo, para ser impigido às crianças desta forma.
    Por exemplo, foi "dado" o computador Magalhães, mas o programa não o inclui, a minha filha ( com disléxia) adora tudo o que seja informática, e tem facilidade nesse campo, no entanto a própria professora lamentou não poder utilizá-lo porque todo o tempo está contabilizado e já é pouco para os programas implementados pelo ministério da educação. E tudo isto é ainda agravado pelo numero de alunos por turma - na escola das minhas filhas são uma média de 20 em cada - de todas as classes socias, e alguns que nunca frequentaram infantário que a professora se vê aflita para controlar, na sala da minha filha disléxica existe ainda uma menina com sindrome de down, é obvio que para funcionar e ser administrado um ensino de qualidade é necessário mais tempo...
    Só para terminar, sim Estrela concordo com os exames, mas a formação de educadores e professores em relação a todos os tipos de dificuldades na aprendizagem é muito urgente e necesséria, e parece-me que o convivio e envolvimento com qualidade dos mesmos com as crianças talvez fosse mais eficaz no despiste dos sinais do que qualquer teste - a minha filha erra mais quando está descontraida a fazer as sua tarefas normais com pessoas que fazem parte do seu dia a dia, do que quando está sob a pressão desses exames com pessoas que não conhece - por estranho que pareça - ex: a troca do b d.-ela enrola e tenta ganhar tempo até fazer com que o interlocutor a ajude a pensar, enquanto que no dia a dia arrisca um.

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  2. olá

    Concordo em absoluto com os exames que a estrela refere até porque acho necessidade urgente da dislexia ser detectada antes da criança frequentar o ensino oficial.
    Poupar-se-ia tempo e melhoraria muito o desempenho da criança no inicio de percurso escolar.

    Bem me lembro, que no primeiro ano de escolaridade, o meu filho, sabia a lição pela decoração que ele fazia das imagens referentes à leitura.

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  3. Olá a todos,

    Seria realmente muito importante que o despiste fosse feito logo na pré-escola. No caso da dislexia, a maioria dos alunos são identificados apenas no 3º ano, ou seja depois da alfabetização que deveria ter-se iniciado no 1º e 2º anos. Contudo, apesar de ser uma dificuldade que se vai reflectir sobretudo na leitura (e é por isso que é apenas depois de aprenderem a ler que mais frequentemente se despista), há alguns sinais na fase pré-escolar que podem ajudar a identificar a dislexia e consequentemente a tratá-la desde logo, como por exemplo:
    - Antecedentes familiares – existência de familiares, pai, mãe…com dislexia;
    - Atraso na aquisição da linguagem oral. Dificuldade em falar com clareza;
    - Confusão no vocabulário que diz respeito à orientação espacial;
    - Confusão na pronunciação de palavras que se assemelham atendendo à sua fonética;
    - Dificuldade em nomear objectos, pois não é capaz de recordar o nome que se lhes atribui;
    - Dificuldade em elaborar rimas;
    - Distúrbio psicomotor;
    - (…)

    Acho que, como a Estrela disse, os exames podem ser uma utopia (pelo menos por agora… quem sabe daqui a uns anos não o sejam), por isso acredito que enquanto isso não é possível, a formação dos educadores (e dos professores também), como a Carla aponta, deveria incluir as dificuldades de aprendizagem (penso que embora já tenha sido uma questão bastante debatida, ainda não está incluída nos cursos). Só desta forma se poderia fazer um despiste atempado e evitar tantas dificuldades e sofrimento. A intervenção precoce é fundamental em todas as dificuldades de aprendizagem e na dislexia também é defendido por muitos especialistas que as crianças que recebem tratamento já a partir do jardim-de-infância e do primeiro ano do ensino primário, apresentarão significativamente menos problemas na aprendizagem da leitura do que outras crianças com dislexia que não sejam identificadas nem devidamente assistidas até o terceiro ano primário.

    Não sei se os restantes pais se lembram se os filhos apresentavam algum destes sinais na fase pré-escolar? Estes sinais foram identificados na altura?

    Também estou plenamente de acordo com a Carla quando sugere pelo menos um ano obrigatório de preparação para a entrada na escola primária. Muitos alunos, com ou sem dificuldades específicas, demoram muito tempo a "habiturem-se" à rotina escolar, às regras e ritmo de trabalho. Já vi muitos alunos a perderem o 1º ano inteiro neste processo de "ambientação" e também com a Maria Guedes diz, a decorarem (e adivinharem através das imagens) os textos, passando por isso despercebidas durante muito tempo as suas dificuldades.

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  4. Boa noite sou a Estrela,

    Sim Professora Carla, o meu filho apresentou "atraso na aquisição da linguagem oral-dificuldade em falar com clareza" até aos dois anos de idade. A Pediatra disse-me que o menino era preguiçoso e para "puxar" por ele. O meu filho só "falava" com gestos, mas nunca desconfiei que podia ser disléxia até porque nem sabia o que era.
    Estrela

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  5. Sim, também a minha filha apresentou a dificuldade na fala,ela não tinha (e ainda tem dificuldade) qualquer consciência fonológica, mesmo nas coisas mais óbvias como as rimas em ão; assim como todos os outros sinais que referiu, como já disse na apresentação...pode haver casos em que passe despercebido, mas se houvesse um minimo conhecimento do assunto pelos profissionais envolvidos no dia a dia dela, penso que o caso da minha filha era bastante óbvio. Em relação à antecedência familiar, o meu marido sempre deu muitos erros, erros que eu sempre achei estranhos não só de ortografia como morfosintáticos (que a minha filha já apresenta) - nomeadamente a omição das particulas de ligação e inverssão de orações, tinha ainda uma caracteristica que achava bastante curiosa e que li à pouco que tb pode ser um sinal, ele era muito bom a matemática mas não era capaz de apresentar os cálculos, até os professores estranhavam, porque ele ia por caminhos completamente diferentes que nem ele sabia explicar ( fomos colegas no liceu) mas só agora por comparação com as dificuldades da minha filha é que lhe pus a possibilidade de ele tb ser disléxico,( ele nunca tinha ouvido falar - diz que na altura dele, aprendia-se à força, repetiu o 1º ano e aprendeu a lidar com os seus problemas sózinho). Nunca fez o despiste porque a esta altura já não lhe faz a menor diferença - ele é GNR (bastante respeitado e reconhecido pelos colegas - diga-se de passagem).

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